domingo, 25 de janeiro de 2015

Perdas da maternidade

Eu não gosto muito de declarações de amor com o "apesar "no meio. É pq eu sempre acho que passa uma imagem de sacrifício que não combina muito com o amor verdadeiro.
Fato eh que na maternidade é onde mais de passa a idéia de perdas e ganhos com a vida da criança. E sim, eu também tive as minhas.
Eu perdi a convivência com pessoas vazias e programas nada a ver. Eu perdi a paciência com pessoas duras de coração e que estão com suas metralhadoras de julgamento pra todos os lados. Eu perdi a solidariedade com pessoas amargas e que só vêem negatividade em tudo. Eu perdi a venda que me impedia de ver quem era meu amigo ou não. Eu perdi o raciocínio lógico em momentos que achei que a minha cria estava em perigo.
E definitivamente, eu perdi o vazio que existia no peito para um amor absurdo.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Tem um texto aí pela Internet refletindo sobre a "geração de mulheres que não são o que os homens quer" e dentre tudo, ela vai deliberando e justificando o motivo de estar solteira.
Bom,já passei da fase de pensar em como fui criada e passar a pensar como crio. Eu não quero criar minha filha pra que nenhum homem queira. Não estou disponibilizando mercadoria. Estou criando um indivíduo único e particular.
Eu não acho que o salto fino e o email lotado sejam sinônimos de prosperidade ou de superioridade. Não, eu não quero isso de minha filha. Espero que ela mais que trabalhe, espero que ela encontre um legado. Que use salto, rasteira, botina ou até mesmo crocs. Que ela, mesmo cansada, acorde e fale : vou trabalhar e isso eh uma das melhores coisas da vida.
Espero que ela faça faculdade, ou que seja empresária ou que trabalhe numa ONG. Espero apenas que ela possa ter o que lhe faça bem, incluindo aí dinheiro (ou nao).
Espero que o email dela esteja cheio, mas que não seja pressionando nem fazendo ela esquecer a hora de comer. Que esteja cheio dos amigos,  uma pessoa especial e promoções legais pra ela viajar. Que no meio possa ter de trabalho e que ela o responda no seu horário.
Ela pode sim queimar o arroz,mas que se quiser tenha o prazer de moldar sua refeição. Que troque a fralda dos primos ou irmãos, e quem sabe dos filhos, e assim ela possa ter a doçura que todos deveriam ter ao saber CUIDAR.
Que ela não seja tão auto suficiente a ponto de ser arrogante. Mas que não aceite ser tratada como menos que uma pessoa sensacional.
Que tenha seus valores e os respeite e não deixe que ninguém os ultrapasse.
Que tenha sua família, seja ela criada por homem mulher e filhos, ou ela e um animal de estimação ou até mesmo ela é seus amigos que a visitarem eventualmente.
Que ela se prenda a quem a faz bem e saiba respeitar os defeitos suportáveis. Mas que também seja tão presa a si mesma que não aceite ninguém que lhe faça mal.

Eu espero que ela não seja o que os homens ou mulheres querem. Espero que ela seja o que ela quer ser e seja muito feliz com isso. A partir daí, ela traga do mundo tudo que ela deseja.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Despedida da creche

Tia Dani, Tia Conça e Tia Su,
Eu nunca pensei em gostar de vocês! Eu sabia desde gravida que colocria cecilia em uma creche, e j havia visto vocês. Mas, o meu coração de mãe ciumenta, não queria aceitar vocês. No máximo, suportar. Mas, no dia 14de setembro de 2012, resolvi fazer uma visita. Só por desencargo.nmas, estava pronta para sair correndo. Esperava algum flagra, algum impedimento de ver as crianças, crianças no chão chorando implorando pela hora dos pais virem buscar (é, eu sou BEM dramática). Então iriapara casa e decretaria que lá não deixava e que os planos de estudar e trabalhar teriam que esperar. Mas, não teve nada disso. Logo de cara fomos recebidas por tia conça que de pronto, "assaltou" cecilia de mim, aconchegou no colo e fez dormir. As instalações? Eram tudo que eu não queria assumir, mas que eu sonhava!!  As crianças? Dengadas, acolhidas e cuidadas. Não teve mais duvidas. Eu colocaria ela!
Então, no dia 17 de setembro de 2012, fomos com a "tralha" e o coração apertado. Ela choraria? Eu nao iria! Ela sentiria falta? Eu...bem, eu morreria! E o peito? Sera que largaria e se renderia a mamadeira?? Que nada! Comia era comida e se rendia ao peitão quando chegava. 
É meninas, são quase 3 anos. E mesmo eu sendo essa problemática, eu não consegui ter uma reclamação de vocês.
O acolhimento nas minhas confusões, as gargalhadas das minhas trapalhadas, a compreensão com meus erros e atrasos de pagamento, os recadinhos desaforados de tia conça, o sentimentalismo (igual o meu) de tia Dani, a seriedade de responsabilidade de tia su, a comida de deixar forte de Janete, os cachinhos de Leu e Eli, os pirulitos de tia jaque, as atividades de tia socorro acalentaram meu coração e me fizeram mesmo nos momentos mais dificeis, ter a seguranca de que minha filha estava com "minha familia". Sim! Voces sao nossa familia! E cuidaram da minha filha como a de vocês fosse. 
E quando eu pergunto a minha filha sobre suas tias, ela esquece os laços sanguineos e lembram dos laços de amor e citam vocês em primeiro lugar.
O plano era não sair! Nunca! Nem depois dos 18! Eu queria manter esse relacionamento terapeutico. So que por mais que me doa tirar, me doi mais nao cumprir meu papel com voces uma vez que voces cumpremd e forma tao magnifica para comigo.
Eu nao queria me despedir, mas terei! Eu não queria passar direto pela baby star, mas passarei! Eu nao queria ter que me acostumar com outras pessoas (eu sou problematica, lembra?), mas me acostumarei.
OBRIGADA! Por cada banho, cada cachinho,c ada oenteado, cada alimentacao, suco, banho de mangueira, patati patata, abraço, chamego, acolhimento, bronca, cantinho do castigo, OPA, do pensamento. Voces me ajudaram a formar um ser humano lindo.
Nada disso seria possivel sem esse amor pulsante de vocês. Esse amor que transborda a cada bom dia, a cada "ate amanha ciça" ou ate mesmo no "mande dua mae passar sua roupa".


O-B-R-I-G-A-D-A!

Essa é a palavra. Mas, tem mais uma: DESCULPA! Desculpa por nao cumprir o combinado, desculpa os atrasos de mensalidade, os dias que esqueci o lanche ou o lençol e a toalha ou ate mesmo a fralda e a calcinha. Desculpa minhas trapalhadas e exageros!

Vocês foram e sempre serão as lembranças de parceria da primeira infância de Cecília.

Salvador, 14 de janeiro de 2014


Aline Viena de Souza